Estratificação dentes posteriores

As resinas compostas propiciam a restauração dos dentes posteriores de forma conservadora. Graças à adesão ao esmalte e dentina, as restaurações de resina garantem vedamento e reforço mecânico ao dente. Além disso, há a possibilidade de recuperar o aspecto anatômico e estético destes dentes ao se aliar a versatilidade propiciada pelas características de manipulação das resinas ás características óticas destes materiais que se assemelham às propriedades do esmalte e dentina. Esta sequência de fotos realizada em manequim ilustra uma técnica de emprego das resinas compostas nos dentes posteriores.
Cavidade preparada. Os instrumentos de eleição para o preparo cavitário são os de formato esférico. Diferente do que ocorre com as restaurações de amálgama, o preparo cavitário para restaurações de resina restringe-se à remoção do tecido cariado e das porções de esmalte que se encontrem muito fragilizadas. 



Condicionamento ácido restrito ao esmalte das margens da cavidade. Na dentina não se aplica o ácido fosfórico já que um adesivo do tipo auto-condicionante será utilizado. Condicionamento com ácido fosfórico por 15 s.

Clorexidina 2% é aplicada na cavidade por 1 min. Além de auxiliar na limpeza da cavidade, a clorexidina propicia maior estabilidade da união entre resina e dentina ao inibir a ação das MMPs (metaloproteinases da matriz extracelular) que, quando ativas, determinam a degradação das fibras de colágeno da dentina.

Adesivo de sexta geração (Clearfil SE Bond, Kuraray). A cavidade é seca e faz-se a aplicação do primer por no mínimo 20s de forma ativa. Secar o primer com um jato de ar e aplicar o bond por no mínimo 10s. Secar a cavidade suavemente e fotopolimerizar por 20s.
Aplicação do adesivo auto-condicionador. A vantagem deste tipo de adesivo reside no fato de que a desmineralização da dentina ocorre par e passo com a infiltração do adesivo.
Coordenação - Prof. Dr. Carlos Agra


Fotopolimerização por 20s. É importante que a camada de adesivo esteja bem polimerizada para resistir à tensão gerada pela contração de polimerização das camadas de resina que serão aplicadas para preencher a cavidade.

Resina de baixa viscosidade (Flow) aplicada nas paredes de fundo da cavidade. A resina é deixada por alguns segundos para que escoe pelo interior da cavidade. A espessura desta camada deve ser delgada. O suficiente para revestir as irregularidades presentes na cavidade. 

Resina de baixa viscosidade Natural Flow - DFL. Esta é uma resina que apresenta volume percentual de carga baixo (40%) se comparado aos das resinas compostas restauradoras.

A resina de baixa viscosidade preenche as menores irregularidades nas paredes da cavidade. A resina composta de viscosidade normal tem maior dificuldade de preenches estes nichos. Faz-se a fotopolimerização do material antes de iniciar a inserção da resina restauradora

Inserção da primeira camada de resina. Pequeno volume de resina é acomodado na parede pulpar e pressionado contra as bases das cúspides. Esta resina é do tipo dentina cuja característica de translucidez/opacidade é semelhante à da camada de dentina dos dentes naturais.

Espátula de inserção número 1 é utilizada para criar sulcos que separam a resina em porções equivalentes ao número de cúspides presentes no dente.

Aspecto da primeira camada de resina. A criação do sulco permite romper o efeito que a tensão gerada pela contração de polimerização teria caso a resina unisse de modo contínuo cúspides vizinhas. A polimerização das camadas de resina pode seguir três diferentes regimes: rampa, pulso tardio ou completa. A opção pela técnica de polimerização em rampa ou pulso tardio busca minimizar a tensão provocada pela contração de polimerização. 

Caracterização interna com pigmento marrom aplicado no sulco formado na primeira camada de resina. O instrumento de eleição para a aplicação do pigmento é um pincel de ponta fina ou uma sonda exploradora.

Antes da polimerização do pigmento faz-se a remoção dos excessos de material. Um pincel do tipo microbrush seco é útil para este intento.

Pigmento confinado ao sulco formado na primeira camada de resina composta. Faz-se a fotopolimerização do pigmento por 10s.

Inserção da camada externa de resina da restauração com material mais translúcido. No caso foi aplicada a resina do tipo esmalte. A sonda exploradora é útil para levar pequenas porções da resina à cavidade e conformar o material à anatomia desejada.

Preenchimento da cavidade com resina do tipo esmalte. A sonda exploradora é útil para definir sulcos principais e secundários. A cada camada de resina inserida faz-se uma fotopolimerização breve do material.

Aplicação da resina na região da cúspide mésio-lingual. É interessante que a resina seja colocada em pequenas porções evitando excessos. Assim, define-se a anatomia durante a inserção do material e evita-se a necessidade de grandes ajustes de oclusão.

Pincel microbrush seco é utilizado para adaptar as camads de resina ao cavo-superficial da cavidade. Ao evitar excessos no cavo facilita-se o acabamento e polimento da restauração.

Ao término da inserção do material aplica-se gel a base de glicerina recobrindo toda a restauração. Faz-se a polimerização prolongada do material (vide as indicações de tempo de polimerização determinadas pelo fabricante do material).

Aspecto final da restauração. Esta técnica permite que a restauração assuma um formato anatômico compatível com a anatomia do remanescente. Esta abordagem melhora o aspecto estético e funcional e minimiza a necessidade de ajustes extensos de oclusão.

Resina empregada na restauração. Opallis DA3 (dentina) que foi empregada na primeira camada da restauração e EA3 (esmalte) que compôs a superfície externa. Pigmento de cor marrom (Kerr).


Coordenação - Prof. Dr. Carlos Agra


Nenhum comentário:

Postar um comentário